Representatividade na gringa: Artista 🧏🏽indígena cria coleção de moda sustentável

13/11/2022 Sara Araújo

A busca por reconhecimento✅️ de cultura e afirmação de🌱 raízes levaram o indígena e artista visual Rodrigo Tremembé a Paris.

O jovem de 25 anos foi o único brasileiro que expôs sua 🖼arte ao público na sede da Unesco, na França. A exposição “Turn It Around/Flashcards for Education”, contou com a participação de 70 artistas de 44 países 🌏 que trouxeram em sua 👜bagagem temas voltados à justiça e políticas ⛅️climáticas.

A arte🖼 em questão levada pelo artista é um croqui (esboço) desenhado e 🎨 pintado por ele. Segundo Rodrigo, um modelo que potencializa 🗣vozes políticas e denúncia a prática ilegal do “correntão”, um 🌳desmatamento desenfreado.

O trabalho, de modo crítico e artístico, incentiva uma 💭 reflexão sobre o que acontece no Brasil.

Croqui feito por Rodrigo Tremembé exposto em Paris, França. Foto: Arquivo Pessoal
Croqui feito por Rodrigo Tremembé exposto em Paris, França. Foto: Arquivo Pessoal

Muitos 🧗‍♀️desafios foram enfrentados😮‍💨 pelo artista até a chegada no exterior. 👨🏽‍🎓 Graduado em 🌏 Geografia e formado em Design de Moda Indígena, foi na 🧑‍🏫academia que ele viu sua existência ser questionada, através do preconceito 🚫 de etnia.

Por anos estudante de uma 🏠escola diferenciada🔄 na comunidade Cosme João Pereira, em Itarema, litoral Norte do Estado do Ceará, que além do ensino 🧑‍🏫tradicional, também ensinava os costumes e a continuidade da cultura Tremembé, Rodrigo viu sua realidade 😔mudar ao ir para a escola convencional.🏤

A arte sempre foi refúgio para o artista que após episódios de preconceito na escola, passava o tempo rabiscando grafismo de sua cultura. Foto: Reprodução Instagram
A arte sempre foi refúgio para o artista que após episódios de preconceito na escola, passava o tempo rabiscando grafismo de sua cultura. Foto: Reprodução Instagram
“Outros alunos🧑 questionavam e faziam comparações sobre minhas origens e meu espaço naquele meio. Procuravam me colocar em uma forma que🚫 não era a minha e questionavam minha aparência pois era considerado🧑🏻 “branco” demais para ser indígena”, lembra.

Após a 🧑‍🏫faculdade, com mais episódios de questionamentos sobre suas origens, Rodrigo decidiu expressar nos 💃tecidos suas histórias, afirmar a presença indígena e celebrar🎉 sua diversidade. No final de 2020 saíram as primeiras peças que falavam sobre a cultura Tremembé, estampadas em 👛bolsas, camisas👕 e adereços📿 que remetiam modernismo e ancestralidade.

Nas memórias mais antigas, Rodrigo lembra de desenhar no chão da aldeia com gravetos e e conta que a arte sempre esteve em sua vida. Foto: Reprodução Instagram.
Nas memórias mais antigas, Rodrigo lembra de desenhar no chão da aldeia com gravetos e e conta que a arte sempre esteve em sua vida. Foto: Reprodução Instagram.
“A ideia 💡de se posicionar politicamente☝🏽 através dos tecidos abriu portas 🚪e junto com outros indígenas. Publiquei um📖 livro sobre arte e moda indígena. Espaço esse, antes inimaginável 💭para os indígenas e hoje uma ferramenta que inspira”.

Ele ganhou👀 visibilidade e passou a ser mencionado💭 em sites, pesquisas universitárias📖, participou de diversas publicações em livros, revistas e 💻jornais e chegou ao ponto alto de sua carreira na exposição em Paris. Foi lá que percebeu que sua voz🗣 não se resumia ao povo Tremembé, mas se estendia na representatividade do Brasil.

“A moda indígena permite uma animação fora do eixo🌏 eurocentrico, busca alternativas de um mundo que 📈valoriza a cultura regional e nacional que é tão rica. Através da minha arte pude não só mostrar uma realidade que precisa mudar, mas pude ser voz de minha aldeia e de todos os movimentos indígenas que lutam💪🏼 pelos mesmos ideais e causas”.

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