Inovação e protagonismo: Constituição Brasileira ganha tradução em idioma indígena

23/08/2023 Sara Araújo

O português nem de longe é o único idioma no Brasil, que contém outras 274 línguas mantidas de pé por 305 povos indígenas. A grande questão é que agora a inclusão deu grandes 🦶passos com um projeto inédito em todo o mundo: A primeiríssima Constituição em💭 idioma indígena, mais precisamente em Nheengatu. O Nheengatu foi o escolhido da vez para a tradução da Constituição Brasileira, gerando um✅️ marco na história dos 523 anos deste Brasil Varonil e na luta por direitos dos povos originários. No teclado,👅 idiomas de povos originários já existem, mas faltava um ‘tcham’ que agora servirá como 🛠ferramenta importante na construção da história indígena brasileira.  A Constituição Nheengatu foi feita por um grupo de 🛖15 indígenas bilíngues da região do Alto Rio Negro e Médio Tapajós, em promoção ao marco da Década Internacional das Línguas Indígenas (2022-2032) das 🌐Nações Unidas. 
O Nheengatu é a única língua descendente do Tupi antigo viva que ainda hoje permite a comunicação entre comunidades distintas espalhadas por toda a Amazônia. Foto: Reprodução Internet.
O Nheengatu é a única língua descendente do Tupi antigo viva que ainda hoje permite a comunicação entre comunidades distintas espalhadas por toda a Amazônia. Foto: Reprodução Internet.
  Este foi um baita passo na promoção da representatividade💪🏻 e da igualdade, como explica o acadêmico de Direito da Universidade de Brasília e Assessor Legislativo na Câmara dos Deputados Sobre Direitos📃 Indígenas, Lucas Marubo, do povo Marubo.
“Primeiro, contribui efetivamente para um Estado Democrático de Direito, pois sabe-se que muitos povos indígenas não têm o devido acesso à justiça, então uma tradução completa contribui para que isto de fato, seja real. Segundo, reparação. Mesmo a Constituição Federal tendo 35 anos, esta é a primeira tradução da história para uma língua indígena, me parece meio tardio, porém fundamental”.
Presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas, desembargadora Nélia Caminha; ministra Rosa Weber e ministra do STF Cármem Lúcia. Foto: Felipe Sampaio/SCO/STF.
Presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas, desembargadora Nélia Caminha; ministra Rosa Weber e ministra do STF Cármem Lúcia. Foto: Felipe Sampaio/SCO/STF.
  Também participante na 📄tradução, Lucas conta que a iniciativa não tem ré e outras traduções de códigos, seja 📙penal ou civil, e até mesmo convenções importantes, como a 169 da OIT, uma ferramenta essencial para a luta dos povos indígenas devem vir por aí. Processo difícil, mas🙅🏻‍♂️ não impossível.
“Muitos termos jurídicos não têm uma tradução literal para a língua indígena Nheengatu.  Então o nosso trabalho de consultoria era o de simplificar, explicar determinado termo para que se chegasse a uma definição conceitual, para assim ser transliterada para o Nheengatu pelos tradutores falantes da língua”.
Leia Também: ‘Moda Raiz’! Um conceito de resistência indígena e representatividade Inclusão🤵 é o momento e os direitos são fundamentais! Nada melhor do que a Constituição para iniciar um grande☝🏽 trabalho neste Brasil varonil e abrir precedentes para que outros povos tenham os direitos traduzidos em suas línguas.
“A tradução vai para além da união, ela fortalece a luta pela vida, que é a nossa luta”.