Quem faz Economia verde no Amazonas – Reby Ferreira
07/12/2023 Sara Araújo
Uma mulher de garra. Assim pode ser definida a empresária do ramo da moda e entretenimento, Reby Ferreira. Ela também é cantora, cosplayer, atriz e pesquisadora. Com uma rotina agitada desde a graduação, ela não mede esforços para alcançar seus objetivos.
“Trabalho de segunda a segunda, inclusive nos finais de semana. Geralmente, eu faço network on-line, organizando inclusive o marketing da empresa. Com essa passagem internacional que a minha empresa tivera, passei a trabalhar às madrugadas devido à diferença de fuso horário. A meu ver, essa rotina não é cansativa, mas sim produtiva.”
Recentemente a marca em que Reby é Co-idealizadora, a MI Moda Indígena, alçou voos internacionais. Segundo ela, uma de suas conquistas foi alcançada com muito planejamento. Com isso, também surgiram mais dois convites de Fashion Weeks internacionais que devem se realizar em 2024.
“Até o momento, a nossa maior conquista foi a London Fashion Week. O processo de chegar até lá foi muito árduo. Tivemos que pensar em pessoas, produção e principalmente tivemos que pensar em investimento. Conseguir concluir cada uma dessas metas foi uma conquista processual que gerou a nossa conquista final que foi a London Fashion Week”, comemora.
O próximo ano será de novas conquistas, é claro. A empreendedora tem planos a longo prazo para o corpo de trabalho e deve abrir seleção para novos modelos e estilistas indígenas que desejarem fazer parte do projeto.
“Iniciamos o projeto e coleção "Experiência Amazônica: Fauna, Flora e Povos Indígenas". O conceito e o conteúdo desse projeto que já está em desenvolvimento será apresentado na cidade de Manaus e em outras Fashion Week no exterior. Iremos estabelecer fortemente cronogramas de ensino para a difusão desse trabalho e conseguimos parcerias fortes com uma universidade de Londres e um núcleo de pesquisa na Itália”.
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Para além das limitações geográficas do Amazonas, Reby conta que a luta por reconhecimento não se limita ao internacional, mas também no Estado, onde a desigualdade persiste fazendo com que seu esforço seja sete vezes maior em relação aos demais.
“Trabalhar com economia verde aqui não foi tão difícil por eu já ter passado pela experiência de lidar com a competitividade sempre, desde a faculdade. Esse pensamento de mercado tradicional no qual as pessoas tentam eliminar os seus concorrentes é o que faz a cidade de Manaus ainda ser um retrocesso comparado a outros lugares no Brasil e no mundo”, lamenta a empreendedora.
Segundo ela, atuar no ramo se tornou um sonho à medida que os processos geraram resultados, não apenas financeiros, mas de permitir que mais pessoas de seu ciclo social pudessem ter suas realidades transformadas e de ela mesma alcançar grandes mudanças que jamais tinha sonhado antes.
“Quando levamos a nossa marca, criamos um caminho para que outros empreendimentos amazônicos pudessem também passar. Isso porque agora as pessoas estrangeiras sabem que na Amazônia se produz Moda, e além da Moda, que a Amazônia não é apenas uma floresta. Alguém tinha que dar esse primeiro passo”.
Representatividade, qualidade e exemplo para que gerações jovens de todas as classes e etnias e gêneros percebam que podem e são capazes de alcançar objetivos, não importando de onde vieram. Uma empreendedora que faz acontecer a economia verde através de processos de reeducação e de conscientização ambiental.