Quem faz Inovação no Amazonas - Cristine Rescarolli
28/07/2023 Sara Araújo
O interesse na inovação começou pela curiosidade. Para Cristine Rescarolli, Supervisora Técnica de Projetos, Programa de Soluções Inovadoras, subprograma Cidades Sustentáveis na Fundação Amazônia Sustentável (FAS), este é um traço de todos os cientistas.
A busca por soluções inovadoras para a manutenção do meio ambiente foi sempre algo que a interessou, e buscou isso das mais diversas formas.
“Inicialmente com a clonagem e bioquímica de plantas, onde me mantive até 2018, e atualmente com soluções inovadoras para a gestão de resíduos e recursos hídricos na cidade de Manaus”.
Nascida em Rio do Sul, Santa Catarina, é Doutora em Ciências Biológicas e atualmente trabalha em formato híbrido com presença confirmada três vezes na semana na sede da FAS.
De acordo com Cristine, os desafios de trabalhar com inovação são muitos, não só na capital amazonense. Segundo ela, os recursos financeiros são parte importante dos projetos, e ter acesso a eles está cada vez mais difícil.
“É desafiador trabalhar com inovação no Brasil como um todo, a dificuldade para o financiamento de projetos pilotos, ou seja, aqueles que testamos pela primeira vez para encontrar resultados desconhecidos, é muito baixo”, conta.
Na FAS, ela começou como voluntária e a oportunidade para supervisão surgiu através de projetos voltados à capital. Durante os anos de carreira, Cristine considera seu doutorado a maior das conquistas profissionais.
“Foi a maior, mas ter soluções inovadoras, como os dois laboratórios de reciclagem nos moldes do “Precious Plastic” instalados em bairros de periferia, é algo incrível. Poder ver a comunidade tendo acesso a tecnologias que podem mudar as suas vidas é extremamente gratificante”, comemora.
O Projeto ‘Plástico Zero nos Igarapés de Manaus’, que teve como objetivo sensibilizar a comunidade manauara, principalmente de áreas dos portos, sobre a importância do seu papel na economia circular, o cidadão como parte do processo de inovação, para Cristine, foi um dos cases mais desafiadores.
“Nesse projeto 20 soluções foram mapeadas para a cidade de Manaus, pensando nas seguintes situações: Interceptar o plástico antes que ele chegue na natureza, através de formas de coleta eficiente; Interceptar o plástico após ele estar na natureza, através de tecnologias para a retirada do plástico dos igarapés, por exemplo”, enumera.
Motivada pela qualidade de vida para populações humanas periféricas através da conscientização do lugar do ser humano na natureza, o lugar de ser responsável por cuidar, Cristine faz inovação e conclui:
“Sou desafiada pela dificuldade de comunicação entre quem tem o poder financeiro e quem tem o poder de ação”.
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