Quem Faz Tecnologia na Amazônia - Paulo Quirino
05/04/2024 Paulo Rodrigo
“Trabalhar com tecnologia e inovação é extremamente desafiador, principalmente pela constante necessidade de adaptação e aprendizado”. É assim que Paulo Quirino, 39, de Guarulhos (SP), analisa a caminhada pelo ramo da tecnologia.
A região Norte agrega ideias inovadoras para negócios com gestão de pessoas que pensam em soluções analíticas para o mundo empresarial, e Paulo é uma dessas pessoas. Formado em Gestão de Tecnologia da Informação pela PUC, atualmente trabalha como Head de ESG e Operações na Amazônia pela Agrosmart.
“Atualmente, meu trabalho na Agrosmart, focado em trazer investimentos e inovação para a Amazônia, representa um novo capítulo de realizações significativas, alinhando impacto ambiental positivo com desenvolvimento tecnológico”, explica Paulo.
Mas, analisando a trajetória de Paulo, é possível observar que a história com a tecnologia começou na adolescência, aos 16 anos, quando ingressou no SENAI da sua cidade natal.
Aos 18 anos, teve a primeira experiência profissional em uma multinacional norte-americana e se familiarizou com processos produtivos e foi assim até os 24 anos, quando já estava imerso em projetos de melhoria de processos, visando economia e redução de falhas em uma multinacional sul-coreana.
“Essa trajetória me levou à área de Pesquisa & Desenvolvimento na mesma multinacional, onde me apaixonei pelos projetos e oportunidades de Inovação Aberta”, define Paulo.
Desde o começo da caminhada em P&D, foi cativado pela inovação aberta, que é o uso de recursos internos e externos com intuito de acelerar a inovação e ampliar o mercado externo. O head teve a oportunidade de conhecer outros ecossistemas dentro e fora do Brasil e, a partir dessa experiência, percebeu a necessidade de conectar esse conhecimento ao mercado.
“A emergência do tema ‘Startups’ em 2016 me levou a liderar um projeto significativo de Inovação Aberta, unindo empreendedorismo e as demandas do mercado”, explica.
O head de operações destaca que sua fonte de inspiração para liderar o projeto veio de várias pessoas e líderes com quem teve o privilégio de trabalhar, além das histórias de sucesso das empresas por onde passou.
Segundo ele, o projeto foi uma das maiores conquistas na carreira, pois foi possível fazer intercâmbio com 8 startups brasileiras no mercado sul-coreano e ainda se tornaram referência para outros programas nacionais.
“Foi desafiador, mas extremamente gratificante. Em 6 anos desse programa investimos e aceleramos 60 startups em todo Brasil”, destaca.
Após liderar o projeto, sentiu que deveria sair de investidor para ser investido. Foi então que, em 2022, aceitou o convite para se juntar à Agrosmart na posição atual que ocupa dentro da empresa, marcando o início de uma jornada que Paulo define como incrível e desafiadora.
Para ele, o ritmo acelerado de mudanças no mercado, a competição e a pressão por resultados exigem uma capacidade contínua de inovar e resolver problemas complexos de maneiras criativas, inclusive para a Amazônia.
“Atualmente, meu trabalho na Agrosmart, focado em trazer investimentos e inovação para a Amazônia, representa um novo capítulo de realizações significativas, alinhando impacto ambiental positivo com desenvolvimento tecnológico”, explica.
O maior desafio na carreira, segundo Paulo, tem sido empreender na Agrosmart. A mudança de uma grande empresa para uma startup exige uma nova mentalidade, com mais responsabilidades e autonomia.
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Na Agrosmart, tudo o que pode ser medido pode ser melhorado
A Agrosmart desenvolve tecnologias que ajudam o produtor rural e extrativistas da bioeconomia amazônica a tomar melhores decisões em suas atividades diárias. Essas decisões resultam em melhor uso de insumos, menores custos, menores riscos, maior chance de incrementos de rendimento, maior resiliência e adaptação climática.
Paulo Quirino destaca dois projetos de sucesso na Amazônia envolvendo açaí. O primeiro projeto monitora a cadeia de extrativismo do açaí, mapeando informações de 800 extrativistas para uma grande empresa local.
Já o segundo projeto, em parceria com Idesam e Manaus Tech Hub, desenvolve um aplicativo de rastreabilidade da cadeia de castanha e açaí. O aplicativo usa um sistema de radar para auxiliar os extrativistas a encontrar árvores na floresta, funcionando mesmo sem internet.
Além destes dois destaques, a Agrosmart também desenvolveu recentemente um projeto com o Idesam no RDS do Uatumã, para a ajudar no monitoramento de cadeias extrativistas de castanhas, resina de breu e óleo de copaíba para trazer mais transparência e melhores condições de comercialização para as comunidades ribeirinhas que realizam essas atividades.
Paulo destaca que a bioeconomia tem um papel importante no desenvolvimento socioeconômico da região.
“Atuamos na região amazônica há alguns anos com foco em resiliência climática, rastreabilidade e transparência de cadeias de valor da bioeconomia”, explica.
Desafios da inovação na região Norte
A Agrosmart atua na Amazônia com centenas de produtores extrativistas que demonstram que é possível viver da floresta sem degradá-la, como explica Paulo Quirino.
“Isso nos mostra e mostra para o mundo que é possível criarmos caminhos e soluções que apoiem o desenvolvimento sustentável local, incentivando o crescimento econômico através, por exemplo, da bioeconomia”.
O head explica que tem visto muitas inovações surgindo na região amazônica para resolver problemas locais, como também problemas que vão além das fronteiras, e conclui que vê um potencial crescente na Amazônia para os próximos anos.
“Ainda temos um trabalho forte de comunicação com as demais regiões do Brasil e com o mundo para que mais fundos e outras entidades possam conhecer todo esse trabalho. [...] Vejo a região ganhando mais atenção e espero que isso se traduza também em recursos.”
Texto: Paulo Rodrigo
*Com informações da assessoria