Sustentabilidade, renda e trabalho social através da moda indígena

13/02/2024 Sara Araújo

Tem empreendimento que possui muitas vertentes, mas quando algum projeto ou trabalho pode não só gerar renda como também levar 💪🏻representatividade, sustentabilidade e ensino para que outros também tenham renda, pode-se concluir que, além de tudo isso, nele há ✅️sucesso.

Essas são características💃 da MI Moda Indigena, marca presidida pela descendente indígena do povo Munduruku, Rebeca Ferreira, conhecida como Reby. Ela é responsável pela parte organizacional da marca, que envolve programas de ensino, desfiles de moda 💃🛖indígena e vendas de produtos.

“A ideia da MI Moda Indígena partiu de um processo colaborativo entre minha mãe e eu. Trabalhamos juntas desde 2015 quando ela montou o ateliê artístico. Ela é artista visual há mais de 30 anos e formada pela Ufam. Em 2021, tivemos contato com uma comunidade com muitos grupos étnicos e lá minha mãe teve a ideia de criar um projeto de Desfile de Moda Indígena com uma apresentação multicultural”, lembra a artista.
Peças utilizam matéria prima do meio ambiente como tintas naturais a base de jenipapo e urucum, frutos da Amazônia. Foto: Reprodução Internet.
Peças utilizam matéria prima do meio ambiente como tintas naturais a base de jenipapo e urucum, frutos da Amazônia. Foto: Reprodução Internet.

 

Formada em👩‍🏫 Letras pela Universidade Federal do Amazonas, Reby já desenvolveu pesquisas e atualmente é estudante de Teatro na Universidade do Estado do Amazonas e pesquisadora na área de Dramaturgia Amazônica, trabalhando com linguagens🗣 teatrais relacionadas à identidade dos povos indígenas.

“Em 2021 desenvolvemos na comunidade o Programa de Ensino de Produção de Moda que faz um intercâmbio de ensino. Minha mãe é Professora e Designer de Moda e ensina qualquer indígena com desejo de participar da experiência pudesse participar, mesmo sem experiência em moda”

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Modelo veste MI Moda Indigena na London Fashion Week. Foto: Reprodução Internet.
Modelo veste MI Moda Indigena na London Fashion Week. Foto: Reprodução Internet.

 

De lá para cá, foi ideia atrás de💡 ideia. Pensando nas diferenças entre os povos, em 2022 foi lançada a I Mostra Intercultural de Moda Indígena que apresenta a tradição dos signos linguísticos dos grafismos. Trata-se de apresentar os indígenas que vivem em contexto🏤 urbano. O projeto ganhou uma intensidade internacional de 2022 até agora.

“Nosso foco maior é o ensino e que esse ensino gere uma renda à produção manual de cada mulher que faz parte do projeto de moda. É um trabalho social. A produção é manual com recursos orgânicos oriundos da natureza. São tecidos à mão pelas nossas Estilistas que fazem parte do projeto”.
MI Moda Indigena na London Fashion Week, maior semana de moda da Inglaterra. Foto: Reprodução Internet.
MI Moda Indigena na London Fashion Week, maior semana de moda da Inglaterra. Foto: Reprodução Internet.

 

A ideia agora é tornar a marca🌎 mundial, algo que já começou a acontecer. Sem deixar, é claro, a visão que envolve um processo colaborativo que gera renda nas comunidades, que as tornam protagonistas de seus trabalhos. Um trabalho que não escravize uma linha de produção, mas que possa ser mais🫱🏻‍🫲🏼 colaborativo e tenha um retorno real as comunidades indígenas.

“Já demos esse primeiro passo através da London Fashion Week. Queremos apresentar um negócio sustentável que funciona dentro do perspectivismo indígena e que pode mudar os padrões de negócios no perspectivismo ocidental”.