Amazonas ganha altitude com drones e tecnologias não destrutivas

27/08/2025

Amazonas ganha altitude com drones e tecnologias não destrutivas

Empresas locais como a Azimute impulsionam o uso de soluções avançadas para topografia, agropecuária e gestão urbana

O mercado brasileiro de drones vive uma fase de crescimento acelerado. Em 2024, o faturamento ultrapassou US$ 1,08 bilhão, com previsão de atingir US$ 2,47 bilhões até 2030. Um crescimento anual composto de 14,6% no período de 2025 a 2030, segundo a Grand View Research.

No segmento de entregas, a expansão é ainda mais vertiginosa: o mercado deve saltar de US$ 16,8 milhões em 2023 para US$ 191,1 milhões em 2030, também de acordo com a consultoria.

Apenas nos primeiros cinco meses de 2024, as importações brasileiras de drones somaram US$ 16 milhões, um avanço de 24% em relação ao mesmo período de 2023, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados pela Aeroscan e pelo portal AEROIN.

Amazonas ganha altitude com drones e tecnologias não destrutivas

No plano operacional, os registros evidenciam a consolidação da tecnologia: mais de 150 mil pilotos e 100 mil drones estão cadastrados no SARPAS (Sistema de Solicitação de Acesso de Aeronaves Remotamente Pilotadas), gerido pelo DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo). Em 2024, foram aprovados mais de 405 mil pedidos de voo.

Na Região Norte, o uso de drones está sendo impulsionado em diversas frentes. A Gohobby, parceira da DJI Agriculture, assumiu a distribuição exclusiva de drones agrícolas nos estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima, investindo R$ 20 milhões em infraestrutura, o que inclui escritório, centro de distribuição e formação de operadores em Porto Velho (RO), e espera dobrar seu faturamento no segmento agrário na região até 2025.

Por Manaus ser a capital com maior PIB per capita da Região Norte e um polo industrial consolidado, a cidade oferece um terreno fértil para esse movimento tecnológico.

Amazonas ganha altitude com drones e tecnologias não destrutivas

Neste contexto, a Azimute Tecnologia Territorial, com sede em Manaus, se posiciona como um dos agentes locais do mercado. A empresa combina aerolevantamento por drone a serviços como georadar, videoinspenção, topografia, monitoramento de estruturas, gerenciamento de obras e instalação de redes corporativas, priorizando precisão, eficiência e segurança.

De acordo com o arquiteto William César Farias, profissional da Azimute, o diferencial da empresa está no uso de drones de última geração para topografia, vistoria de fachadas e aplicações no setor agropecuário.

“Nós trabalhamos com os drones com serviços de topografia, de vistoria em fachada e na área da agropecuária também. A gente desenvolveu esse serviço inicialmente com três tipos de drones, o Dock, o Mavic 3 e o RTK”, explicou.

Amazonas ganha altitude com drones e tecnologias não destrutivas

Na prática, os equipamentos ampliam as possibilidades de atuação em campo, permitindo diagnósticos mais rápidos e levantamentos com maior precisão em áreas de difícil acesso. Além de reduzir custos operacionais, o uso de drones garante mais segurança às equipes técnicas, que passam a depender menos de intervenções manuais em locais de risco, sendo aplicado na construção civil, energia, agronegócio e planejamento urbano.

“Os três drones que comercializamos têm algumas peculiaridades diferentes. O Dock é autônomo e não precisa de controle. Ele opera sozinho, através de um aplicativo no celular. Os outros dois drones (Mavic 3 e RTK) são controlados manualmente. E a autonomia deles é de 43 a 55 minutos, alcançam até 6 mil metros de altura e, num único voo, conseguem captar até 2 mil hectares de terra”, detalhou William.

A utilização de drones está em expansão, sobretudo em empresas privadas, que já demandam serviços de referenciamento de terrenos, identificação de lençóis freáticos, contagem de árvores e inspeções em fachadas de prédios e escolas. O custo dos drones varia de R$ 20 mil a R$ 150 mil, o que representa um investimento alto para o setor.

Nos últimos anos, esse tipo de tecnologia vem despertando interesse do poder público, principalmente, para monitoramento de queimadas. A expectativa é que, em breve, os órgãos governamentais também intensifiquem o uso dos drones em projetos de gestão territorial.