CBA utiliza inteligência artificial para combater fungos e garantir qualidade da castanha-do-brasil

16/01/2025

O Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA) está desenvolvendo uma solução inovadora que utiliza inteligência artificial para combater o fungo Aspergillus flavus, causador das aflatoxinas, substâncias tóxicas e cancerígenas frequentemente encontradas na castanha-do-brasil. A pesquisa busca reduzir os níveis de contaminação nas sementes, com apoio da FINEP e parcerias estratégicas, como a startup Getter S.A e a agroindústria Abufari. O objetivo é fortalecer a cadeia produtiva da castanha e promover a bioeconomia na Amazônia.

CBA utiliza inteligência artificial para combater fungos e garantir qualidade da castanha-do-brasil

De acordo com Edson Pablo Silva, gerente do Núcleo de Produtos Naturais do CBA, a contaminação ocorre quando os ouriços das castanheiras caem de alturas de até 40 metros, formando fissuras que permitem o contato com microrganismos do solo. “O Aspergillus flavus é o maior problema, pois produz aflatoxinas que podem causar graves problemas de saúde, incluindo câncer”, explica. A tecnologia em desenvolvimento utiliza luz UV e processos de inativação molecular para neutralizar as toxinas e garantir um produto mais seguro.

Os desafios para o setor incluem atender às exigências higiênico-sanitárias impostas por normas internacionais, como o Codex Alimentarius, que estabelece limites rígidos de aflatoxinas para consumo e exportação. Rufo Pagani, CEO da Getter, destacou a importância da parceria com o CBA: “Estamos criando uma máquina que descontamina e rastreia a castanha, garantindo padrões de qualidade e permitindo que comunidades ribeirinhas e indígenas obtenham maior valor no mercado internacional.”

CBA utiliza inteligência artificial para combater fungos e garantir qualidade da castanha-do-brasil

Com o Amazonas liderando a produção nacional de castanha-do-brasil, os municípios de Tapauá, Beruri e Tefé se consolidam como centros de referência. A Abufari Produtos Amazônicos, sediada em Tapauá, também participa do projeto, fortalecendo o beneficiamento local. Leonardo Baldissera, diretor da empresa, ressaltou: “A adoção de novas tecnologias é essencial para melhorar a qualidade da produção e fortalecer o setor.”

Atualmente na primeira fase, o projeto se concentra na caracterização do produto e na construção do equipamento que será utilizado para reduzir a contaminação. Com essas iniciativas, o CBA não apenas melhora a competitividade da castanha-do-brasil no mercado, mas também contribui para o desenvolvimento sustentável e a valorização das comunidades amazônicas.