Olha o close! Influenciadora indígena produz conteúdo para internet preservando suas raízes
23/10/2022
A Internet se tornou vitrine para a produção de conteúdos diferenciados, 🤳📳 com os influenciadores digitais, mas um em especial chama a atenção: é um conteúdo mais artesanal, e ainda feito por uma mulher indígena!!
Simmm! A influenciadora Ira Maragua, 🏹 de São Gabriel da Cachoeira, e indígena da etnia Baré, quis mostrar ao mundo um pouco do que é o seu cotidiano, preservando culturas e tradições, 💁🎭 com uma pitada de modernidade.
O público que geralmente produz para redes sociais treina bastante antes de publicar qualquer post, 🙋♀️✔️ e se inspira em outros criadores de conteúdo, o que não foi diferente com Ira, que diz que sempre foi curiosa 🤔🔍 em aprender e acompanhava outras blogueiras.
“Eu assistia muito vídeo no Youtube ou jogos de moda, enfim sempre gostei do ramo de internet. E para começar a gravar, eu me inspirei muito nas mulheres dos dois bois, como a Marciele, Isabelle, Maria Azedo, e eu via que tudo que elas gravavam era de um jeito diferente e faltava alguém representando nossa cultura do Alto Rio Negro”.
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Todo mundo teve um início nas redes sociais, ou não tinha câmera boa, não tinha onde pendurar o celular, 🎬🤳🏻 alguma coisa sempre atrapalhava, o que também aconteceu com Ira, que no início teve ajuda da irmã, gravava com um celular que não era tão bom e o colocava em cima de um tijolo 🧱 ou em algo que desse para apoiar, mas com persistência tudo isso trouxe frutos à indígena Baré que traz assuntos variados em seu Instagram.
“O meu Instagram mostra um pouquinho de tudo: um pouquinho de dança, ensino às pessoas a falarem minha língua, ensino como a gente faz a tinta, é bem variado. Eu defendo a causa das artesãs, porque não é fácil ir no mato tirar raiz, tinta, semente. Também tento mostrar minha conexão com a natureza, porque no meu corpo e na minha alma, ela cura”, comenta Ira, que costuma ir em São Gabriel da Cachoeira para “se renovar”.
Mas o meio da internet não é um mar de rosas, 💐 segundo a influenciadora, ela recebeu muitas críticas sobre suas gravações, ou tiravam chacota e até mesmo faziam comentários desnecessários sobre pessoas indígenas.
“Eu não gosto quando sexualizam o indígena, porque se você pesquisa ‘indígena’ ou ‘índia’, aparece só mulher com corpão pintado com cocar grandão, e na verdade indígena é uma senhora ou uma menina com uma roupa normal”.
Valorizar outras culturas é tão bom por trazer bem-estar e novos conhecimentos, 📚🖥️ e Ira diz que o conteúdo produzido por ela é importante porque seu dia a dia diz muito sobre o feed dela, de vez em quando ela está em Manaus, e é totalmente diferente de São Gabriel, 🍃🏞️ pois a vida dela lá é entre os rios e o verde da mata.
“Eu tento mostrar como vive um indígena do município, pois existe diferença entre indígena do município, de comunidade, de cidade, então eu tento mostrar um pouco da minha resistência”.
E vocês mulheres indígenas que também querem crescer nas redes sociais, assim como Ira Maragua, vocês também podem ajudar a quebrar esse esteriótipo do indígena mostrado em livros, e mostrar às pessoas sobre seus costumes.
“Meninas, ocupem o espaço, mostrem a beleza, pois a beleza do indígena é linda! A pele, os traços, os sorrisos são lindos. E assim como outras meninas indígenas foram inspirações para mim, quero ser inspiração para elas e elas serem inspirações para novas gerações”.
Se você quiser acompanhar a influenciadora, sigam suas redes sociais: @iramaragua
Texto: Cath Senna